quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Te desejo


Te desejo! Sim, te quero. Sem conversa fiada. Direta ao ponto. Sem rodeios. Não sei bem porque mas você me atiça o desejo, preenche os meus sentidos  integralmente,  me arrebata a mente. Estremeço sempre que penso nas tuas mãos em mim, deixo que um arrepio intenso me magnetize o corpo, que um formigueiro me invada sem pudor e tome conta do que sou. Sonho com a hora em que entrelaço os meus braços no teu pescoço, procuro a tua boca, e te devoro sem delicadeza ou licença para entrar. Com as minhas mãos percorro o teu corpo e deixo que te exponham a vontade, dispam a roupa e excitem cada pedaço de pele. Sinto quando você  treme e não é de frio.

Mandei alinhar os planetas, abrir um espaço na linha do tempo, parar a cronologia dos minutos, a concordância dos verbos às favas, por isso durante o nosso tempo,  te concentra, por favor,  inventa para mim, liberta-nos de amarras, esquece a sociedade e a organização mundial. Não há mundo. Nesta batalha não há vencedores. Esforça-te! Aqui é o único lugar onde te exijo tudo, dá o teu melhor sem restrições ou barreiras.

Quero te sequestrar, te usar, te esgotar as forças, o medo e o corpo. Te exaurir o desejo e abusar de ti uma e outra vez, sem tréguas, sem qualquer noção de tempo e do teu ou do meu cansaço. És meu sem limites. Sabes que a minha vontade não se esgota, sabes o que te espera. Não resistas, acompanha-me, segue os meus movimentos, persegue a minha fúria, será mais intenso, mais marcante e maravilhosamente pior. Não desistas ainda, ouve o que te digo...

Deixa o bom senso em casa, a delicadeza abotoada à camisa e ao paletó, despe a roupa de bem comportado, pinta a manta, não sejas comportado, faz o que não deves, fala o que não queres, arrisca, surpreende, deixa-me sem ar, tira-me o fôlego, tira-me do sério, estica-te, vira-me do avesso, deixa-me sem norte, pisa o risco, ultrapassa a linha. Te quero sem limites.

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