sábado, 6 de dezembro de 2014

Modo de me amar




Por-me-ás de borco
assim inclinada
a nuca a descoberto
o corpo em movimento...
a testa a tocar 
a almofada, 
que os cabelos afloram, 
tempo a tempo…



 

Pôr-me-ás de borco; 
Digo: 
ajoelhada… 

as pernas longas 
firmadas no lençol… 

e não há nada, meu amor, 
já nada, que não façamos como quem consome… 





(Pôr-me-ás de borco, 
assim inclinada… 

os meus seios pendentes 
nas tuas mãos fechadas.) 





por Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
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