segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Tributo ao pecado

Ah, o pecado!
Viva o pecado




Que esconde em si
A mais casta virtude.





Pequemos todos, então,
Pois a alternativa
É sermos todos pequenos e vãos.




Deixemos correr
Mãos sobre nádegas
E olhares incestuosos
Sobre nossos próprios amantes.
E pequemos sem culpa




Porque culpa e pecado
Não sabem dançar um maxixe,
Só valsas vienenses.





Quando muito!
O pecado é belo,
Fulgurante e molhado;
Feito para ser deliciado




Pequemos o aqui e no agora
O pecado doce
Da quase-castidade abandonada.




Paulo Mon’Alverne

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