Começa
devagar, no horizonte da pele.
Pode chegar sem avisar, depois de alguns toques
na pérola rosada e úmida ou debaixo da língua que prova a carne de boca
cheia.
Conhecer o tremor que começa lentamente na fronteira do
abismo. Sentir o calor que queima de dentro para fora. As entranhas ficam
submersas, salivam com a antecipação e com a fome.
E então as paredes
do corpo ficam ocas e lisas. A matéria expande e contrai. Tocar os lábios inchados
do sexo e deslizar pela umidade.
Estar com atenção, sentir as pulsações
que batem e ouvir a carne que diz e que grita a necessidade do cheio.
Precisar das estocadas e do preenchimento, invasão e conquista.
O corpo ondula e
procura o caminho do êxtase ao ritmo do prazer que aumenta e que ganha terreno.
Em primeiro nas pernas e depois na barriga, no peito, nos ombros e na boca.
Perceber o movimento da onda e da explosão, enterrar o membro duro mais fundo e
mais longe.
As palavras
desaparecem. Perder a noção do tempo e do espaço. As ancas dançam a
liberdade e a vida. As mãos agarram o tudo e o nada, os lençóis, os dedos ou o
rabo. A tempestade é violenta, transe da pele e dos sentidos. Todas as células
vibram.
E quando a
intensidade diminui, a tristeza aparece. Uma tristeza que se mistura com
orgulho e satisfação,
um momento frágil e intenso que deixa um sorriso nos
lábios.
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