quinta-feira, 30 de maio de 2019

Desejos



Sugar e ser sugado pelo amor
no mesmo instante boca boquilíngua




o corpo dois em um o gozo pleno
que não pertence a mim nem te pertence
um gozo de fusão difusa transfusão



o meter o foder o ser fodida
no mesmo espasmo
é tudo perpenetrado
sessenta e nove vezes...

sábado, 25 de maio de 2019

Prazeres



Que saudades que eu tenho de uma certa companhia
para poder apreciar certas coisas....

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Nova Experiência




 
Deitam-se desejosas e sem receios avançam até ao limite, ali o limite seria permitirem-se não ter limites.
Beijos, toques, lambidas, penetração de dedos, de línguas, tudo se fazia em cima daquela cama, ao som dos gemidos  por aquelas duas loucas, cheias de tesão.
Depois de  horas de prazer, de novo um banho e um jantarzinho em cumplicidade .
Os olhares sempre cúmplices e sorridentes, cuidadosas em  disfarçar para que ninguém  percebesse  nada.




quarta-feira, 22 de maio de 2019

Horas Rubras




Sussurros ao ouvido...
Paixão a vista, sabor extremo em línguas desvairadas...
Toques calculados 
em lugares sugados por lábios vorazes...
Corpos aquecidos pelo calor...
Seus olhos exploraram o corpo dele, numa mistura de extase e desejo.
Então ele empurrou para dentro dela aquele sexo grosso que ela desejou desde o primeiro instante em que o viu. Montada nele cavalgou-o e seus movimentos eram brutais, fortes, como se ele também, como ela,  estivesse dominado por uma paixão negada. Seu sexo ansioso estava preenchido, seus mamilos endurecidos pulsando, e ela envolveu seus quadris,  apertando-o com  suas coxas, levantando-o como levantou o “princípe”, sentindo que ele a preenchia, imobilizando-a.
Finalmente ela se ergueu, gritando de prazer, e sentiu que ele gozava com um impulso final.
Fluidos quentes a inundaram escorrendo pela pele úmida e ela curvou-se sobre ele,  lambuzada, ofegando. Ele a estreitou sobre seu peito e a embalou,  sem parar de beijá-la...



terça-feira, 21 de maio de 2019

Naturalidade





A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estrita, como se alargava.

Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres

em mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.

Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.





por Carlos Drummond de Andrade, in 'O Amor Natural'
 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Sabedoria popular cretina



“A diferença entre o sexo pago e o sexo grátis é que o sexo pago costuma sair mais barato”.



domingo, 19 de maio de 2019

Cântico de Dorva



Embora se julgasse assexuada por sua própria condição de viúva, o tema erotismo é presença marcante em seus versos. Cora Coralina sente e enxerga o sexo em sua mais pura e natural eclosão. A forma como nos apresenta a libido vegetal e animal nos faz ver e, sobretudo, acreditar, no sexo natural, sem culpa, dogmas preconceito e tabus.

Aqui uma parte do poema erótico de Cora Coralina

 
Cântico de Dorva
(excerto) 
...


Grita um bem-te-vi.
Dorva afunda no milharal.
 O ninho de Dorva.
A cama de Dorva
 de palha e folha
 na terra.
 Deixa-se
 cair sentada, deitada. 
Sobre seu ventre liso redondo
 desnudo, 
salta o macho. 
 Um ofego de posse 
tácito.
 Sexo contra sexo.
 Aquele cântico de Dorva, 
Aquele chamado – piado de fêmea: 
obscuro
 aflitivo 
 genésico 
instintivo veio vindo...veio vindo... 
Rugindo 
 chorando
 gritando 
apelando do fundo 
do tempo do fundo das idades.
.
.
  . 


 
Cora Coralina
Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.


sábado, 18 de maio de 2019

Sexo oral



Lambe-me as seios
desmancha-me a loucura
usa-me as coxas
devasta-me o umbigo
abre-me as pernas
 põe-nas nos teus ombros
e lentamente faz o que te digo: 
 
Maria Teresa Horta

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Escolhas




Quero agarrar teu corpo 
Como animal que se alimenta da presa 
E, presa por meu desejo esfomeado  
Que penetres minhas entranhas 
Ter o poder de decidir que fui escolhida 
Que te escolhi.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Submissão



- Eu não queria ter transado no primeiro encontro, mal o conhecia e nem fiquei com vontade
- Porque transou então?
- Ah porque ele estava a fim e eu gostei dele, queria ver de novo e fiquei com medo que não me ligasse se eu não transasse
- E foi bom?
- A transa não, mas eu fingi direitinho e o namoro engatou, valeu a pena
- Agora vocês já estão juntos há algum tempo, já se acertaram na cama?
- As vezes. Ele gosta demais de sexo, já eu não ligo muito, por isso eu muitas vezes ainda transo sem querer e tenho que fingir no final. Também odeio sexo anal e morro de nojo quando ele goza na minha boca, mas acabo fazendo quando ele insiste muito.
- Mesmo depois que o namoro engatou você ainda faz coisas na cama que não tem vontade?
- Faço, porque se eu não fizer ele arruma na rua quem faça.  E não me julgue, nem vem bancar a moralista por que to cansada de saber o tanto que você é safada.
- Não estou te julgando! O que eu acho muito triste é você se divertir pouco no sexo e fazer coisas que não tem vontade, pra mim esse é o verdadeiro problema e não o ato que você pratica, seja ele lá qual for. Não posso julgar e nem julgaria ninguém por causa de safadeza por que afinal né, eu me lembro bem das minhas e sei que você também se lembra
- Lembro mesmo, nunca vou esquecer de quando você andava com aqueles dois gêmeos, parecendo que tava no cio. Ficava beijando na boca dos dois, de cochichos e sorrisinhos, deixando eles te alisar na frente de todo mundo, maior pouca vergonha. Aposto que vocês até transavam os três né?
- Claro! Nossa era muito tesão aqueles dois, eu me sentia no cio mesmo. E como não tenho o menor problema em dar o cu e beber porra, inclusive adoro, naquele fogo todo, a gente não transava, a gente trepava despudoradamente. E muito!
- Pelamordedeus, que nojo, que vergonha, que putaria. Como é que você se submete a tanta degradação desse jeito?




 


sábado, 11 de maio de 2019

Voraz apetite

Uma casa vazia, cheia apenas com duas almas.
 
Uma parede suja.




 
O centro de uma sala. Dois corpos que se encontram.
Um voraz apetite. Duas línguas que se comem.

 
Um corpo que se encosta à parede. Outro corpo que desce.
Um sexo consumido. Uma boca que não se sacia... uma mão que não consegue parar quieta.

 
Uma posição que se troca. Outro corpo que se encosta à parede.
Duas mãos que se apoiam. Uma língua que consome.
Um corpo que pede mais, um outro que se aproxima.

 
Dois corpos, que num se transformam, e uma parede que estremece.







A parede teima em fugir, as mãos teimam em escorregar.
Um apoio forte nas ancas, umas mãos que protegem.
Uma explosão de força e um corpo gelado que se encosta à parede.

 
O corpo, que voltou a ser duo...
apenas uma mão na parede deixou.




sexta-feira, 10 de maio de 2019

curvas







“O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo”. 
 Oscar Niemeyer

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Mulher com tesão II









 Ela quer... Com a buceta pulsando, escorrendo seus sucos... Ela quer pênis dentro dela. Para dividi-la e enchê-la. Ela precisa sentir o peso dele sobre ela. Pressionando sobre ela. Empurrando nela. Tomando-a com força e profundidade. Usando seu corpo. Abusando seu bichano com fome. Ela pede para ser fodida. Para ser sua prostituta. Ela tem que sentir seu esperma dentro dela. Ela mataria para provar. Ela quer explodir até que seu corpo está todo dolorido.

Ela quer. Precisa! Necessita!
     

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Mulher com tesão









 Talvez ela esteja em uma reunião tentando focar a pessoa que fala. Ou fazer o jantar para sua família com crianças gritando ao redor. Ela poderia estar em pé na fila esperando para pagar o gás. Não há nada de sexy em volta e ainda tudo o que ela tem em sua mente é um pau duro, com pré-gozo lentamente escorrendo de sua ponta, bolas inchadas, veias saltadas. Ela quer ele na mão. Para sentir a firmeza. Para ver o movimento da pele quando ela afaga. Para provocar mais gotas de fora. Ela pode ver a si mesma passando a língua ao longo da crista e lambendo-se o fluido escapar. Prová-lo. Saboreá-lo. Querendo mais do mesmo.

Pensamento de segunda-feira


Existe alguma coisa mais irrefreável neste mundo do que uma mulher com tesão? 

sábado, 4 de maio de 2019

Desejo hiperbolizado





     Vagarosamente abriu os olhos. Mortiços e cansados, a claridade que lhe ofuscava agora a retina, mostrava-lhe que era dia. Não se lembrava onde havia deixado a noite mas estava certa de que a última vez que a sua memória havia guardado um instante no tempo, a sombra da noite ainda se fazia sentir. Sentia o corpo cansado, esgotado até, os músculos doíam a cada tentativa de se mexer, de sair da cama, de erguer o pescoço e averiguar as circunstâncias de tempo e lugar. Fez um esforço redobrado, repeliu a dor e acordou a mente para se recordar dos fatos que a levaram ao cansaço que sentia. Ao perscrutar os instantes que precederam aquele acordar, não conseguiu evitar o esboço de um sorriso. Sentira na pele a ira do desejo, no corpo a raiva do prazer, o descontrole do equilíbrio do ser, a fúria da luxúria em todo o seu esplendor. Havia-o provocado, havia-o feito chegar perto do desespero, havia-o feito desejá-la sem pudor, irritando-o, mostrando-se inacessível, vedando-lhe reiteradamente a entrada, impedindo-o sistematicamente de lhe tocar quando sabia que ela era sua, sempre  havia sido. Obstinado, patenteava no olhar o desejo de a esmagar entre os braços, de a prender num laço apertado, de lhe destruir o corpo de tanto a querer, de tanto a foder, de tanto a abusar. Ela, jogava o jogo, manipulando, mexendo as peças a seu bel-prazer, desfilando descaradamente os seus intentos, enciumando-o, negando-se, repudiando-o, fazendo-o subir na escala do desespero por não a ter mesmo sabendo que no fim, seria sua, sempre o havia sido. Quando finalmente sucumbiu, sabia que as consequências seriam severas e o seu corpo seria fustigado pelo desejo hiperbolizado, pela ira incontrolável de um prazer adiado, pela irracional agressão da possessão. A explosão dos sentimentos recalcados refletiram-se na entrega, na forma puramente carnal com que se apoderou do corpo dela, nas investidas caiadas de um rugir de demarcação de território, nas palavras furiosas gritadas aos seus olhos ao invés de sussurradas ao ouvido, no agitar e impetuoso manobrar do frágil ser que sorria maleficamente a cada lampejo de luxúria que lhe via no olhar. Aguentou estoicamente, até lhe saciar a vingança, até o corpo se esgotar visceralmente, até ao xeque-mate final.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Olhar


Não há nada que um homem não seja capaz de fazer quando uma mulher olha para ele...