sábado, 1 de outubro de 2016

Tirania do desejo

Há corpos que nos seduzem pela forma como se impõem ao olhar, como se impõem à vontade, como se impõem ao desejo num cárcere apenas comparável ao de uma inevitabilidade. 







Ao vê-lo, excitado, rijo, grande e inequivocamente pronto, os olhos fixaram-se e traçaram mentalmente um entregar-se que desejava protagonizar de imediato. Saltar para cima da cama, pegar nele, acariciá-lo para lhe sentir o tamanho e a vontade, para lhe imaginar a penetração, para lhe comandar o destino.





 Dobrou-se e ajeitou-se, para o provar e lhe sentir o sabor, para o tomar na boca e o acariciar lentamente, deslizando a língua em circunferências de sentidos exaltados, num salivar de satisfação, em voltas na boca de luxuriante fulgor.







 Sentou-se, nele, guiando-o para dentro de si e ritmando as entradas e saídas ao jeito da sua vontade,








 ao compasso do orgasmo iminente, sentindo o fuso girar dentro de si, em rotações surreais de prazer.




 Há corpos que nos hipnotizam no segundo que se nos entregam,






 que se nos apresentam diante dos olhos, as portas da alma, nos invadem a mente num rompante,








 despertando o desejo e a volúpia, a paixão e a vontade, a tesão e o ardor.



Nenhum comentário:

Postar um comentário