É preciso tecer a teia
de ardis e malícias
É preciso de mais que dois olhos
para antever os vieses da vida
para dissipar os véus da dúvida
É preciso urdiduras e tramas
desfeitas em manhãs claras
descosturando o véu da ignorância
É preciso engolir o espanto
a revelar segredos inconfessos
É preciso tesão e lascívia
para entrar no gozo profundo do orgasmo
É preciso aventurar-se no desconhecido
descortinando novos e refrescantes sentires
Mas essa coisa morna que em mim habita
que me aprisiona numa gruta escura
Essa coisa que comigo mesma se confunde
Essa coisa que me invade e me tira o ar
...
Ah, essa coisa - seu falo- que me divide e me parte em duas!...
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